terça-feira, 17 de novembro de 2009

O vestido é curto, porém, a inteligência é mais ainda.

Será que há algum problema entre os alunos da Uniban? Pois essa semana houve mais um "acidente" nos corredores da faculdade. Pixaram as paredes dos banheiros femininos com a frase:

- Geyse é puta!

Se pensarmos como os psicólogos, é óbvio que é uma conduta para chamar atenção. Mas se querem mesmo chamar atenção, é só por uma melancia no pescoço. Ou ir com um vestido -muito- mais curto do que a própria Geyse. Aliás, o vestido que Geyse usava, não era nada curto. Se for comparar com os vestidos que as próprias mulheres "da profissão" usam, são muito piores. E mesmo assim, ninguém as apedreja. Se prostituta fosse algo tão viscoso assim, o governador de New York não levaria consigo uma "acompanhante" para uma reunião em Washington. E é claro, foi pego pelos repórteres dentro do carro em uma sessão de beijos e abraços com a amante profissional.

A maioria dos homens já teve um caso com prostitutas. Ás vezes é um caso de paixão, outras vezes é só um caso sem compromisso, e doutras vezes podem chegar até ser vitalício. E é por isso, sobre o caso de Geyse, que não há nenhuma dúvida de que alguns daqueles alunos já tiveram um encontro com rameiras, mulheres da vida. Prostituta, para mim, é uma profissão como outra qualquer. Não é nenhum chingamento. São mulheres, pessoas como outras quaisquer.

E é por isso que não deve haver discriminação em nenhum lugar. Nem mesmo em um campus de uma faculdade. Dentre prostitutas, entre empresários, radialistas, jornalistas, em qualquer seja a área, não pode haver preconceito. Então, porque houve aquele reboliço todo se tratando de apenas um vestido? Na minha opinião, ela poderia ir até de biquíni sem ter problema nenhum. Mas era um dia desgraçado mesmo, poderia ser com qualquer outra aluna, ou até aluno. Foi uma má sorte de Geyse ter sido a escolhida para tal vergonha pública. Mas não há azar que justifique um ato tão inescrupuloso, uma multidão gritando:

- Puta! Puta! Puta!

Soava como inveja ou desejo dos alunos por Geyse. Só poderia ser. Uma garota de suas vinte primaveras que possui um corpo escultural, um físico invejável, tem mesmo que ficar com as pernas para fora. Afinal, como dizem as modelos, "o que se é bonito é para se mostrar".

Então, em caso das paredes pixadas, basta Geyse se conscientizar de que sofre de inveja das outras alunas e que é muito desejada pelos alunos. Mas os babacas universitários não sabem como paquerar uma mulher e acham mais fácil pixar paredes. E é por isso que não chegam a lugar nenhum, pois hoje eles pixam paredes e zombam de alunas, amanhã espancam prostitutas na rua, e quem sabe em um futuro, possam virar traficantes. Pois eles vão ser assim. Os universitários babacas babões não vão ter futuro nenhum se não mudarem seus pensamentos desde agora. Eles e todos aqueles que zombaram com a cara de Geyse. Hoje, esses alunos apenas gostam de causar reboliço, amanhã, podem dar origem a uma guerra.

Então, seja com vestido curto ou sem, é sempre bom rever seus conceitos antes de se impor contra alguém. Não é qualquer uma que atura uma faculdade inteira a chamando de puta. Gostaria de ver se ela fosse filha de algum desembargador, de algum delegado. Queria ver quem ia atrever a chamá-la de puta. Mesmo que puta não seja nenhum sinônimo de baixo calão. Mas o principal erro dos alunos foram os atos de desrespeito. Os atos e gestos às vezes representam muito mais que as palavras. O dedo do meio pode chocar do que apenas "puta". Imagine-se no lugar dela.

(Salles)

17/11/09

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