quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sétima Arte

Quero encontrar o meu "amor de cinema". Aquele amor que muitos admiram e que poucos encontram. Amor de cinema.
Amor de cinema é aquele que o mocinho do filme batalha durante mais de noventa minutos sob todas as circunstâncias, todas as situações menos esperadas e sob todas as situações inesperadas só para encontrar a protagonista do filme.
Então ele, o mocinho, depois de passar por todos os sufocos, necessariamente em noventa minutos, chega ao esperado momento. Chega a hora do mocinho. O mocinho ficar cara à cara com a protagonista.
Linda a protagonista. Ela lá no seu canto, quieta, esperando o mocinho. O mocinho que às vezes chega sangrando, às vezes chega chorando, às vezes chega calado, mas chega. A protagonista linda esperando o mocinho sério, com aquele olhar profundo. O mocinho é na maioria das vezes aquele ator que qualquer tiete fica louca só de ouvir a voz.
O melhor, é que depois de noventa minutos o mocinho pode se deleitar com a protagonista durante os cinco minutos restantes. Daí, acaba o filme, sobem os créditos, entra uma música super melody e finaliza o trajeto do cinema. E depois, que se apagam as luzes, certamente, o mocinho e a protagonista do filme devem ficar nos beijos e amassos aproveitando a noite dentro daquela sala escura e gelada.
Igual, se não me engano, ao filme de Woody Allen, o "Rosa Púrpura do Cairo". Um verdadeiro amor de cinema. Encontrar um amor desses não é para qualquer um. E a vida, a vida é igual a sala do cinema. Escura e gelada. Depende de qual filme você vivência. Seja drama, comédia, romance, policial, suspense, ou até mesmo um remake de um grande clássico cinematográfico.
Mas o meu, o meu eu quero que seja de romance. Até então. Porém, nós, eu e o meu amor de cinema não saberemos o que nos aguardará até a próxima cena. Talvez seja por isso que aproveitaremos cada cena como se fosse a última. Aproveitaremos como se de uma hora, de uma hora para outra fizessem um corte, como se de uma hora para outra o rolo queimasse, como se de uma hora para outra acabasse por acabar. Só mesmo por um fim.
E é por isso que aproveitaremos, e aproveitaremos muito.
Aproveitaremos o nosso amor de cinema. Um amor que muitos admiram e que poucos possuem. Um amor de dar inveja.
E eu já vou prometer para ela, que quando acabar, irá ser o final feliz mais feliz de toda a história cinematográfica mundial. Irá ser o final mais feliz da sétima arte. Com certeza. E em um dia, quando os créditos subirem, nós poderemos nos contentar com o desfecho final. Mas quem sabe? Só saberá o roteirista, O Destino.