terça-feira, 24 de novembro de 2009

Profissão Perigo

A profissão mais perigosa vista até hoje é a de juiz de futebol. Não há controvérsias, não há como desmentir, nem como apurar. É sim, a profissão mais perigosa e mais odiada do mundo. Primeiro, porque mexe com futebol, que já é um risco para qualquer um. Um erro cometido pelo juiz e a torcida inteira o acusa de "roubar". Alguns dizem que sangue de Jesus têm poder. Pode até ter, mas os cartões do juiz têm mais.
Ele é que nem os nossos pais. Nós podemos não gostar das ordens, mas temos que cumprir.
Na verdade, todo o despeito da torcida começa pela roupa do juiz. Não precisa ser nenhum "fashion consultant" para saber que aquela camisa verde-amarela não combina com aquele mini short preto-água, ainda mais com aquelas meias cinzas até a canela. Sem falar na chuteira vermelha-tom-berrante.
Quando começa o jogo, é nítido o desespero do juiz. Ele não sabe o que fazer, se é ou não impedido, quem fez falta em quem, qual jogador pôs a mão na bola, quem deu carrinho...
Com esse desespero à flor da pele, é óbvio que ele irá fazer alguma besteira. Só que o maior medo do juiz é fazer besteira com o time errado. Ele têm medo de que a torcida o espere depois do jogo e lhe dê uns catiripapos, de que a torcida destrua seu Sedan, tudo por causa de um impedimento. A vida dos juízes de futebol é dura, não há muitos prestígios nessa profissão. É tudo uma questão de amor ao trabalho.
Não conheço ninguém que trabalharia como juiz para ser tachado de ''viado''. Mas conheço um monte que trabalharia como juiz só para ficar perto dos jogadores. Será que é essa a intenção dos juízes? Arbitrar um jogo só para ficar perto dos "footballers superstars"? Não. Eles arbitram o jogo por que são masoquistas. Eles gostam de serem apedrejados, esculachados, e tudo que for possível e vier da torcida. É a profissão perigo.
Eles com certeza sofrem uma grande pressão ao coordenarem o jogo. Bom, se uma pessoa qualquer não consegue trabalhar direito escutando música, imagine um juiz com mais de setenta mil pessoas gritando em plena euforia. É muita pressão. Não têm como trabalhar direito.
O juiz é o indivíduo responsável por fazer cumprir as regras, o regulamento e o espírito do jogo ou esporte ao qual estão submetidos e intervir sempre que necessário, no caso, quando uma regra é violada ou algo incomum ocorre. Geralmente os árbitros são nomeados pelas organizações ou associações responsáveis pelas diferentes modalidades esportivas. Sempre com a responsabilidade de tornar o jogo mais limpo possível.
Ou seja, a intenção até que é boa, mas a imagem de "viado" e "ladrão"...
Salles
24/11/09

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Nostalgia

São muitos os que começam uma frase com ''No meu tempo' ou com ''Na minha época'' quando vão questionar uma coisa que não entendem, pois não conseguem acompanhar o raciocínio avançado.
Estas pessoas, quando citam estas expressões, passam uma veracidade de que são "pessoas pré-históricas". Mas não é assim. O ''No meu tempo'' e o ''Na minha época'', servem apenas para chamar atenção, pois realmente, a história não mudou quase nada desde os tempos deles até os dias de hoje.
Obviamente, não está tudo da mesma forma. O cais no Leblon é o mesmo, os cinemas Roxy ainda existem em Copacabana, o cachorro-quente do Oliveira ainda é o mais caro e o mais saboroso das regiões, o sorvete do Sanduka ainda faz o incrível sabor de Ferrero Rocher, o posto nove ainda é o ponto de encontro de muitas pessoas, o sanduíche de salada de ovo ainda faz mal...
Então o que mudou? Mudou a forma de como vemos o presente constante. Mudou a forma de agirmos. Antigamente, quando dois carros batiam na rua, o máximo que os dois motoristas faziam era discutir para ver quem estava errado. Atualmente, isso é apenas o começo de uma briga e quem sabe não possa ocasionar uma morte. Hoje em dia, as pessoas andam com medo umas das outras. Ninguém sabe se aquele motorista que bateu na traseira do seu carro pode estar em um péssimo dia para discutir, nem mesmo para conversar sobre quem irá arcar com o prejuízo. Pior, ninguém sabe, mas aquele motorista enfezado pode estar carregando uma arma. Então é só mais uma discussão, mais um estresse para aquele motorista se descontrolar e atirar.
As pessoas andam com medo de uma das outras. Antigamente era comum ser feliz. Hoje, se você rir sozinho, vão achar que é insano. Hoje, tudo ficou à respeito da imagem. Um homem não é mais avaliado pelo o que é, e sim, pela sua imagem. Antigamente era diferente. É claro que sua imagem ajudava, mas também não atrapalhava em nada. Hoje em dia, mais vale ter uma cobertura triplex na Vieira Souto em Ipanema do que ter um diploma de filosofia da UniRio. São assim os pensamentos atuais. Antigamente, era tão prazeroso ter uma cobertura quanto ter um diploma em filosofia. Era melhor ainda se tivesse os dois, um filósofo "rato-de-praia".
Era assim que os surfistas agiam: como filósofos. Surfavam por amor própio, faziam do surfe uma arte. Não é como hoje em dia, em que agem como modelos que querem impressionar garotas e que tragam haxixe (não é nem mas maconha, como antigamente).
''O ser-humano repete os mesmo passos que seus antepassados''. É tudo um verdadeiro círculo dando voltas em que, nós, não podemos ficar tontos. Devemos sempre agir duas vezes antes de pensar, e com cuidado, é claro. Se houvesse um modo para mostrar para todos que a história nunca muda, só a versão é que fica mais avançada, não haveria tantas guerras, nem burrices alheias. O que hoje acontece com Israel e Palestina sobre um ataque de território, é pura repetição de anos e anos. Uma guerra ideológica com o intuito religioso que começou há milênios de anos atrás. E para essa guerra acabar, só há uma maneira: um dos dois lados assumir a derrota, entar em um acordo pacífico ou pelo menos tentar um acordo. Ou seja, um dos dois lados deveria ter humildade. Palavra que hoje, poucos têm em seus conhecimentos. Antigamente, ou se era humilde, ou era a solidão. Hoje, ou é a solidão, ou é a arrogância.
Pois como dizem, as coisas mudaram de uns tempos para cá. O ''No meu tempo'' é válido, assim como o ''Na minha época'' para certas situações. ''No meu tempo, mulher era algo precioso, algo delicado, puro. Hoje, mulher é fruta. Mulher Melancia, Mulher Melão, Mulher Maçã. No meu tempo, criança brincava de polícia e ladrão. Hoje em dia, as próprias crianças não sabem qual dos dois é o mocinho. No meu tempo, era confiável acreditar naquilo que se via na televisão. Hoje em dia, a própria televisão desmente o que ela mesma disse. No meu tempo, padre ficava entre a Igreja e as boas ações, hoje, fica entre as nuvens, puxado por balões. No meu tempo, quando pais ficavam cansados de seus filhos, os internavam. Hoje, quando pais querem se livrar dos filhos, os tacam pela janela.''
Precisamos todos de um boa nostalgia.
Salles
23/11/09

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O vestido é curto, porém, a inteligência é mais ainda.

Será que há algum problema entre os alunos da Uniban? Pois essa semana houve mais um "acidente" nos corredores da faculdade. Pixaram as paredes dos banheiros femininos com a frase:

- Geyse é puta!

Se pensarmos como os psicólogos, é óbvio que é uma conduta para chamar atenção. Mas se querem mesmo chamar atenção, é só por uma melancia no pescoço. Ou ir com um vestido -muito- mais curto do que a própria Geyse. Aliás, o vestido que Geyse usava, não era nada curto. Se for comparar com os vestidos que as próprias mulheres "da profissão" usam, são muito piores. E mesmo assim, ninguém as apedreja. Se prostituta fosse algo tão viscoso assim, o governador de New York não levaria consigo uma "acompanhante" para uma reunião em Washington. E é claro, foi pego pelos repórteres dentro do carro em uma sessão de beijos e abraços com a amante profissional.

A maioria dos homens já teve um caso com prostitutas. Ás vezes é um caso de paixão, outras vezes é só um caso sem compromisso, e doutras vezes podem chegar até ser vitalício. E é por isso, sobre o caso de Geyse, que não há nenhuma dúvida de que alguns daqueles alunos já tiveram um encontro com rameiras, mulheres da vida. Prostituta, para mim, é uma profissão como outra qualquer. Não é nenhum chingamento. São mulheres, pessoas como outras quaisquer.

E é por isso que não deve haver discriminação em nenhum lugar. Nem mesmo em um campus de uma faculdade. Dentre prostitutas, entre empresários, radialistas, jornalistas, em qualquer seja a área, não pode haver preconceito. Então, porque houve aquele reboliço todo se tratando de apenas um vestido? Na minha opinião, ela poderia ir até de biquíni sem ter problema nenhum. Mas era um dia desgraçado mesmo, poderia ser com qualquer outra aluna, ou até aluno. Foi uma má sorte de Geyse ter sido a escolhida para tal vergonha pública. Mas não há azar que justifique um ato tão inescrupuloso, uma multidão gritando:

- Puta! Puta! Puta!

Soava como inveja ou desejo dos alunos por Geyse. Só poderia ser. Uma garota de suas vinte primaveras que possui um corpo escultural, um físico invejável, tem mesmo que ficar com as pernas para fora. Afinal, como dizem as modelos, "o que se é bonito é para se mostrar".

Então, em caso das paredes pixadas, basta Geyse se conscientizar de que sofre de inveja das outras alunas e que é muito desejada pelos alunos. Mas os babacas universitários não sabem como paquerar uma mulher e acham mais fácil pixar paredes. E é por isso que não chegam a lugar nenhum, pois hoje eles pixam paredes e zombam de alunas, amanhã espancam prostitutas na rua, e quem sabe em um futuro, possam virar traficantes. Pois eles vão ser assim. Os universitários babacas babões não vão ter futuro nenhum se não mudarem seus pensamentos desde agora. Eles e todos aqueles que zombaram com a cara de Geyse. Hoje, esses alunos apenas gostam de causar reboliço, amanhã, podem dar origem a uma guerra.

Então, seja com vestido curto ou sem, é sempre bom rever seus conceitos antes de se impor contra alguém. Não é qualquer uma que atura uma faculdade inteira a chamando de puta. Gostaria de ver se ela fosse filha de algum desembargador, de algum delegado. Queria ver quem ia atrever a chamá-la de puta. Mesmo que puta não seja nenhum sinônimo de baixo calão. Mas o principal erro dos alunos foram os atos de desrespeito. Os atos e gestos às vezes representam muito mais que as palavras. O dedo do meio pode chocar do que apenas "puta". Imagine-se no lugar dela.

(Salles)

17/11/09

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Morte após a Vida

Se há um caminho mais curto que a vida, logicamente, há uma vida mais curta que um caminho. E nós, seres-burros, andamos por quaisquer caminhos sem pensar na vida. Sem pensar no tão curto que é a vida para os nossos longos caminhos.

Tudo é curto, a vida e seus adjetivos. E então, logicamente, devemos parar de seguir nossos caminhos e curtir a vida, já que a vida é curta para tantos longos caminhos. Caminhos que traçamos durante a nossa existência. Porém, logicamente, o que nos define são nossos caminhos, nossas escolhas e o que somos na vida. Então o que nos diferencia? Nossos longos caminhos traçados ou nossa curta vida?

Se a vida é tão curta, qual a razão de escolhermos sempre o caminho mais longo, o caminho mais difícil? Não devemos nos iludir quando nós falamos que estamos no caminho mais curto e mais prático, pois é pura mentira, pura ilusão . Todos os caminhos são longos. O que nos proporciona prazer, felicidade e satisfação é aquilo que encontramos na reta final de nossos caminhos. Seja a passagem para um lugar melhor, uma realização, uma nova corrente ou até mesmo o carro do ano. É o que uns chamam de meta e outros chamam de apenas compromisso vitalício. Pois não é nenhum e nem outro. É apenas "correr pra ver a luz no fim do túnel", como dizem os filósofos. Há sim uma "Luz no Fim do Túnel", sim, não devemos nos enganar, só não devemos nos iludir. E essa luz só vive acesa pois o que a alimenta são os nossos desejos, nossos sonhos, nossa esperança e tudo o que sentimos durante a nossa vida, durante a nossa experiência lunática entre o Céu e a Terra.

A vida é muito curta para chorarmos, para sofrermos, para nos torturarmos. Todos sofrem, e quando todos chegam na última encruzilhada de pura amargura, quando já não agüentam mais, dizem:

- Ah, pelo menos eu vivi em busca da felicidade.

Todos são felizes (pelo menos os que querem ser). Há muito tempo que especulam sobre o assunto de ser feliz. Ser feliz, às vezes não é a melhor coisa. Dentre um estado emocional que exija concentração, a melhor coisa é a seriedade, não a felicidade. Imagine-se gargalhando em um enterro. Obviamente a atitude mais sensata é a seriedade. Mas há pessoas que confundem seriedade com falta de felicidade. Ninguém sofre de "falta de felicidade"! Depende da pessoa para saber a hora de ser feliz. Seja quando for, mas será! E será uma pessoa feliz. Nós mesmo somos felizes chorando. Todos são felizes quando querem ser. Sonhar que se é feliz, nos deixa ainda mais felizes. E não há felicidade no mundo que supra uma realização alheia ou pessoal. Por isso não devemos nos torturar.

Até hoje em dia, as pessoas tratam a morte com medo. Na verdade as pessoas deveriam temer em falar sobre a vida, não sobre a morte. A vida, ela sim é uma batalha atrás de outra, um desgaste seguido de outro, a vida sim é realmente um campo da 2ª Guerra Mundial. Na vida só há dois lados. O lado da fome e o lado da ilusão. Fome de vencer, fome de trabalhar, fome de ser feliz, fome de estruturar uma saída para a glória. O lado da ilusão é o lado que nos faz acreditar que um dia todos nós vamos para um julgamento perante à Deus, que todos nós somos bonitos, que não existe maldade entre pessoas canonizadas. Há maldade em todos os lugares, dentro e fora de casa! A vida é feita de maldade e bondade, a vida é feita por pequenas e grandes coisas, a vida é feita por aproveitamento!

E nós, vamos passar por mais um século em que as pessoas seguem seus caminhos e não aproveitam a vida. As pessoas não aproveitam a vida por terem medo de morrer. Se for morrer, que morra feliz. Nem que for em casa tomando uma taça de vinho, mas morra feliz.

As pessoas comentam sobre a morte como se fosse algo viscoso, como se fosse um tabu. Não há tabu para a morte, mas sim para a vida. A vida é um sofrimento atrás do outro. Não há comparação de sofrimento em qualquer que seja outra situação enquanto estamos vivos. Quando falecemos, é só fechar os olhos e sonhar para sempre. Descansar para todo o sempre. É como diria na música de Vinícius, 'Como é por exemplo que dá pra entender, a gente mal nasce e começa a morrer'.

Então, antes de pensarmos e relembrarmos sobre a passagem de nossos entes queridos para o infinito descanso, é bom lembrarmos que todo mundo já foi feliz na Terra. Seja com a família, com o time de coração, com um sorvete e até com um bilhete de raspadinha, todos já foram felizes na Terra. E para aqueles que ainda estão na Terra, todos nós vamos ser felizes um dia. É só viver feliz em busca da felicidade, sem nem pensar na morte. Pois a morte, a morte já passou de moda. É como diria a música de Vinícius:

"Sei lá, Sei lá,

A vida é uma grande ilusão,

Sei lá, Sei lá,

A morte tem sempre vazão"

(Salles)

10/11/09