segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Nostalgia

São muitos os que começam uma frase com ''No meu tempo' ou com ''Na minha época'' quando vão questionar uma coisa que não entendem, pois não conseguem acompanhar o raciocínio avançado.
Estas pessoas, quando citam estas expressões, passam uma veracidade de que são "pessoas pré-históricas". Mas não é assim. O ''No meu tempo'' e o ''Na minha época'', servem apenas para chamar atenção, pois realmente, a história não mudou quase nada desde os tempos deles até os dias de hoje.
Obviamente, não está tudo da mesma forma. O cais no Leblon é o mesmo, os cinemas Roxy ainda existem em Copacabana, o cachorro-quente do Oliveira ainda é o mais caro e o mais saboroso das regiões, o sorvete do Sanduka ainda faz o incrível sabor de Ferrero Rocher, o posto nove ainda é o ponto de encontro de muitas pessoas, o sanduíche de salada de ovo ainda faz mal...
Então o que mudou? Mudou a forma de como vemos o presente constante. Mudou a forma de agirmos. Antigamente, quando dois carros batiam na rua, o máximo que os dois motoristas faziam era discutir para ver quem estava errado. Atualmente, isso é apenas o começo de uma briga e quem sabe não possa ocasionar uma morte. Hoje em dia, as pessoas andam com medo umas das outras. Ninguém sabe se aquele motorista que bateu na traseira do seu carro pode estar em um péssimo dia para discutir, nem mesmo para conversar sobre quem irá arcar com o prejuízo. Pior, ninguém sabe, mas aquele motorista enfezado pode estar carregando uma arma. Então é só mais uma discussão, mais um estresse para aquele motorista se descontrolar e atirar.
As pessoas andam com medo de uma das outras. Antigamente era comum ser feliz. Hoje, se você rir sozinho, vão achar que é insano. Hoje, tudo ficou à respeito da imagem. Um homem não é mais avaliado pelo o que é, e sim, pela sua imagem. Antigamente era diferente. É claro que sua imagem ajudava, mas também não atrapalhava em nada. Hoje em dia, mais vale ter uma cobertura triplex na Vieira Souto em Ipanema do que ter um diploma de filosofia da UniRio. São assim os pensamentos atuais. Antigamente, era tão prazeroso ter uma cobertura quanto ter um diploma em filosofia. Era melhor ainda se tivesse os dois, um filósofo "rato-de-praia".
Era assim que os surfistas agiam: como filósofos. Surfavam por amor própio, faziam do surfe uma arte. Não é como hoje em dia, em que agem como modelos que querem impressionar garotas e que tragam haxixe (não é nem mas maconha, como antigamente).
''O ser-humano repete os mesmo passos que seus antepassados''. É tudo um verdadeiro círculo dando voltas em que, nós, não podemos ficar tontos. Devemos sempre agir duas vezes antes de pensar, e com cuidado, é claro. Se houvesse um modo para mostrar para todos que a história nunca muda, só a versão é que fica mais avançada, não haveria tantas guerras, nem burrices alheias. O que hoje acontece com Israel e Palestina sobre um ataque de território, é pura repetição de anos e anos. Uma guerra ideológica com o intuito religioso que começou há milênios de anos atrás. E para essa guerra acabar, só há uma maneira: um dos dois lados assumir a derrota, entar em um acordo pacífico ou pelo menos tentar um acordo. Ou seja, um dos dois lados deveria ter humildade. Palavra que hoje, poucos têm em seus conhecimentos. Antigamente, ou se era humilde, ou era a solidão. Hoje, ou é a solidão, ou é a arrogância.
Pois como dizem, as coisas mudaram de uns tempos para cá. O ''No meu tempo'' é válido, assim como o ''Na minha época'' para certas situações. ''No meu tempo, mulher era algo precioso, algo delicado, puro. Hoje, mulher é fruta. Mulher Melancia, Mulher Melão, Mulher Maçã. No meu tempo, criança brincava de polícia e ladrão. Hoje em dia, as próprias crianças não sabem qual dos dois é o mocinho. No meu tempo, era confiável acreditar naquilo que se via na televisão. Hoje em dia, a própria televisão desmente o que ela mesma disse. No meu tempo, padre ficava entre a Igreja e as boas ações, hoje, fica entre as nuvens, puxado por balões. No meu tempo, quando pais ficavam cansados de seus filhos, os internavam. Hoje, quando pais querem se livrar dos filhos, os tacam pela janela.''
Precisamos todos de um boa nostalgia.
Salles
23/11/09

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